Encontro Concelhio da CDU

Almada é exemplo <br>para o País

Almada é um bom exemplo de que a CDU não tem só soluções, mas capacidade para assumir todas as responsabilidades que o povo lhe atribua, no plano local, mas igualmente no plano nacional. Esta foi uma das conclusões do Encontro Concelhio «Soluções para uma vida melhor», que se realizou sábado, 18, nos Bombeiros de Cacilhas.

Os partidos não são todos iguais

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No Encontro, Jorge Pires, da Comissão Política do Comité Central do PCP, sublinhou que, apesar de todos os problemas que têm origem nos 38 anos de política de direita, Almada «continua o seu avanço nos caminhos do progresso, consolidando a sua condição de concelho desenvolvido económico, social, ambiental e culturalmente». «Um concelho que cada vez mais apetece fruir e que é orgulho dos almadenses, mas também daqueles, e são muitos, que adoptaram este concelho para viver e trabalhar», valorizou, precisando que «este é o resultado do trabalho dos eleitos e da cooperação entre os vários órgãos autárquicos».

Aos muitos que ali estiveram e participaram, o dirigente comunista interrogou: «o que seria hoje o concelho de Almada e como seria a vida daqueles que o escolheram para viver e trabalhar, ou simplesmente terem aqui a sua actividade profissional, se tivéssemos nos sucessivos governos gente que concretizasse uma política ao serviço do País e dos portugueses?», se não tivessem «destruído dezenas de milhares de postos de trabalho?», «encerrado dezenas de empresas que contribuíam para garantir emprego a milhares de trabalhadores e para a economia concelhia?» e «sonegado às autarquias locais os meios financeiros a que tinham e têm direito?».

Ataque sem precedentes

Jorge Pires criticou o ataque «sem precedentes», de sucessivos governos ao Poder Local, procurando «subverter e mesmo liquidar esta importante conquista de Abril», e deu conta, com o actual Governo, do PSD-CDS, de «novas e agravadas medidas», como a Lei dos Compromissos, a Lei do Pessoal Dirigente, a liquidação das freguesias, a Lei da Competências, o Programa de Apoio à Economia Local, a Lei das Finanças Locais, a fusão e verticalização dos sistemas de água, que têm como objectivo a «redução e liquidação de políticas públicas», a «destruição de emprego», a «privatização de serviços» e «empobrecimento e mutilação da expressão democrática, seja participativa, seja representativa».

Esta ofensiva, acrescentou, «está a promover o retrocesso social, económico e cultural» que o «País herdou no 25 de Abril de 1974 e que o Poder Local Democrático, enquanto conquista de Abril, venceu, confirmando-se como um factor de progresso, elevação das condições de vida do povo, de satisfação de necessidades básicas, de promoção cultural e de desenvolvimento local».

Balanço do mandato

Sobre o encontro, Jorge Pires valorizou o papel «singular desta força que é a CDU, com o percurso e uma intervenção marcada pela entrega aos interesses dos trabalhadores e das populações, uma presença permanente em defesa dos seus direitos, das suas condições de vida e da sua dignidade».

Destacou ainda quatro questões que, quer para a caracterização e avaliação do quadro político actual, quer na definição das linhas prioritárias para a intervenção da CDU nos próximos meses, são fundamentais. Referia-se à «evidência de que os principais problemas da população e do concelho (da Saúde à Educação, da pobreza ao desemprego) radicam na política nacional», à «constatação de que as possibilidades de intervenção da autarquia na resposta aos problemas locais estão cerceadas/limitadas pela política de ataque ao Poder Local», à «constatação de que a defesa e afirmação do Poder Local e da sua autonomia são inseparáveis de uma ruptura com a política de direita e que só rompendo com a política de direita é possível defender o Poder Local e responder às aspirações das populações e dos trabalhadores» e à «ideia de que o País precisa do trabalho, da honestidade e da competência reconhecida e comprovadamente testada pela CDU na governação local, que a CDU tem não só soluções mas capacidades para assumir todas as responsabilidades que o povo lhe atribua».

Alternativa de esquerda

Quase a terminar, o dirigente comunista frisou que as eleições legislativas deste ano constituem um momento da maior importância na ruptura com a política de direita e na derrota do Governo PSD-CDS, «o que exige uma esclarecida e combativa campanha eleitoral de massas», na qual «é imprescindível o contributo dos eleitos autárquicos da CDU».

«O caminho mais seguro para a conquista de uma alternativa de esquerda é que os democratas, os homens e as mulheres de esquerda percebam que são as suas aspirações de uma nova política e não apenas de outro governo e as suas escolhas, também eleitorais, que mais podem assegurar um novo e esperançoso rumo para a política nacional», disse.


38 anos de declínio económico

O Encontro Concelhio de Almada – lembrou Jorge Pires – realizou-se num momento particularmente difícil da vida do País, com a «dívida pública a atingir 130 por cento do Produto Interno Bruto nacional», o «desemprego real a atingir mais de um milhão e 400 mil portugueses em idade activa», «23 por cento da população a viver numa situação de pobreza, sendo que um quarto são crianças», a «degradação dos salários e pensões (os salários dos trabalhadores da Administração Pública desvalorizaram até hoje mais de 20 por cento nos últimos dez anos)», «serviços públicos e direitos sociais amputados», «uma crescente mercantilização de áreas como a Educação, a Saúde e a Cultura».

«O País apresenta, em resultado directo de 38 anos de política de direita e de 28 anos de integração capitalista na União Europeia, as marcas de um percurso que, ao serviço da reconstituição dos grupos monopolistas e do reforço do seu poder, conduziu Portugal para o declínio económico, para um retrocesso social sem precedentes desde o fascismo e para a alienação de importantes parcelas da soberania nacional», criticou o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP.


Resposta positiva

No presta contas municipal, apresentado sob o lema «Um ano de mandato, um ano de compromissos concretizados», a CDU reafirma «a luta pela reposição das 11 freguesias do concelho de Almada, no respeito integral pela autonomia do Poder Local Democrático e na defesa integral dos interesses das populações num Poder Local de proximidade, melhor preparado e dotado de condições para responder às suas necessidades». «Mantivemos a política de parcerias com as juntas de freguesia através de protocolos de descentralização de competências e meios em diversas áreas de competência municipal», refere o documento.

Ao Governo foi exigido, entre outras medidas, o cumprimento integral do Plano Estratégico de Desenvolvimento para a Costa da Caparica, incluindo o prolongamento do Metro Sul do Tejo à Costa da Caparica, bem como a melhoria das condições de vida e de trabalho da comunidade piscatória, a valorização económica e cultural da arte-xávega.

Ao mesmo tempo, rejeitou-se a pretensão do Executivo PSD-CDS de instalar um terminal de contentores na Trafaria, reafirmando uma estratégia de desenvolvimento fundada na requalificação, regeneração e reabilitação do núcleo histórico, e reclamou-se a construção de um porto de pesca, com condições dignas para esta actividade económica e segurança dos trabalhadores e suas famílias, e de um porto de recreio, com o objectivo de facilitar o desenvolvimento do turismo no respeito pelas riquezas naturais e culturais locais.

A gestão CDU contribuiu ainda activamente para o desenvolvimento do processo de elaboração do Plano de Urbanização de Almada Poente, visando a regeneração urbana de uma vasta área do território.


Trabalhadores com a CDU

Da Célula dos Trabalhadores Comunistas da Câmara Municipal e dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Almada veio a confirmação de que a CDU «tem provas dadas onde é poder». «Continuamos a fazer as 35 horas semanais apesar da pressão governamental e da insistência em não publicar os acordos ACEP assinados», uma decisão que «advêm da luta dos trabalhadores», salientou-se no encontro, onde se anunciou a participação no protesto do STAL, que ontem se realizou em Lisboa, assim como nos desfiles do 25 de Abril, nas comemorações do 1.º de Maio e na Marcha Nacional da CDU, no dia 6 de Junho, em Lisboa, «para afirmar um rumo diferente, patriótico e de esquerda que resgate o País das garras da política de direita».




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